segunda-feira, 11 de março de 2013

A masculinização da mulher pós-moderna.


           Não por opção, mas por necessidade, o vestuário da mulher contemporânea torna-se cada vez mais parecido com o do homem. Desde a primeira guerra mundial, a mulher teve de assumir um papel muito masculino – respeitando conceitos da época. Pela ausência do marido ela deixou sua casa para trabalhar. A partir daí seus hábitos mudaram, e, acompanhando esta realidade, seu vestuário também. Saias mais curtas, a queda do espartilho e tecidos mais confortáveis e duradouros invadiram a moda da época – estilo muito influenciado pela revolucionária Chanel. A partir daí a moda feminina nunca mais foi a mesma, e tão pouco as mulheres.
            Talvez pela história ou por hábitos sociais, feminino e firme não se encaixem na mesma frase. Temos a impressão de que para nos tornarmos fortes e respeitadas devemos trocar os babados por terninhos e as sapatilhas pelo salto. Infelizmente, apesar de todas as mudanças e conquistas, é isso que acontece.
  A presidente é um exemplo prático desta realidade da profissional feminina. Para assumir o “comando” do país, ela teve de cortar o cabelo e aumentar as ombreiras, uma maneira de passar mais confiança aos eleitores. Por outro lado, a feminilidade não foi perdida, ou seja, um difícil empate.
             Nossos babados e delicadas pérolas não conseguem provar a força de uma mulher. Se analisarmos a história mundial, quase sempre fomos banalizadas por nossa fraqueza ou nossa extrema sensibilidade. É claro que o os maiores feitos mundiais não foram realizados por mulheres – um belo argumento para qualquer machista. Contudo, se consideradas todas as proibições às quais fomos expostas é realmente impossível que mulheres conseguissem realizar grandes – ou mesmo pequenos – feitos: proibidas de ler, estudar ou de simplesmente expor seus ideais – fato que perdura até hoje em alguns lugares.
             É uma honra poder contar aonde chegamos e o que conquistamos, porém, apesar de pós-moderno, o mundo parece não estar preparado para confiar em babados, e continuamos precisando modificar nossa aparência para receber méritos por nossas realizações. É como se escondendo nossas curvas e nosso sorriso meigo e confiando a força a um blazer e a um par de saltos pretos estivéssemos nos modificando também internamente.

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