Não por opção, mas por necessidade,
o vestuário da mulher contemporânea torna-se cada vez mais parecido com o do
homem. Desde a primeira guerra mundial, a mulher teve de assumir um papel muito
masculino – respeitando conceitos da época. Pela ausência do marido ela deixou
sua casa para trabalhar. A partir daí seus hábitos mudaram, e, acompanhando
esta realidade, seu vestuário também. Saias mais curtas, a queda do espartilho
e tecidos mais confortáveis e duradouros invadiram a moda da época – estilo muito
influenciado pela revolucionária Chanel. A partir daí a moda feminina nunca
mais foi a mesma, e tão pouco as mulheres.
Talvez
pela história ou por hábitos sociais, feminino e firme não se encaixem na mesma
frase. Temos a impressão de que para nos tornarmos fortes e respeitadas devemos
trocar os babados por terninhos e as sapatilhas pelo salto. Infelizmente,
apesar de todas as mudanças e conquistas, é isso que acontece.
A presidente é um exemplo prático desta realidade da profissional
feminina. Para assumir o “comando” do país, ela teve de cortar o cabelo e
aumentar as ombreiras, uma maneira de passar mais confiança aos eleitores. Por
outro lado, a feminilidade não foi perdida, ou seja, um difícil empate.
Nossos babados e delicadas pérolas não
conseguem provar a força de uma mulher. Se analisarmos a história mundial,
quase sempre fomos banalizadas por nossa fraqueza ou nossa extrema sensibilidade.
É claro que o os maiores feitos mundiais não foram realizados por mulheres – um
belo argumento para qualquer machista. Contudo, se consideradas todas as
proibições às quais fomos expostas é realmente impossível que mulheres
conseguissem realizar grandes – ou mesmo pequenos – feitos: proibidas de ler,
estudar ou de simplesmente expor seus ideais – fato que perdura até hoje em
alguns lugares.
É uma honra poder contar aonde chegamos e o
que conquistamos, porém, apesar de pós-moderno, o mundo parece não estar
preparado para confiar em babados, e continuamos precisando modificar nossa
aparência para receber méritos por nossas realizações. É como se escondendo
nossas curvas e nosso sorriso meigo e confiando a força a um blazer e a um par
de saltos pretos estivéssemos nos modificando também internamente.
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